quinta-feira, maio 26, 2005

Ausência, num post perdidamente intermitente...

Sobre a morte não há muito o que se possa dizer, a não ser o fato de que ela acontece com todos. Talvez algum dia, pessoas não morrerão, mas elas serão tristes, creio eu. A pior coisa que acontece aos seres é o acaso. A morte nada mais é do que curiosidade contida. Minha mãe já não consegue voltar sozinha do curso para casa e pede para que nós a acompanhemos, obviamente ela não teme à morte: ela teme o acaso que se encontra na nossa "livre escolha". O acaso tem um poder místico e soberano, inclusive porque não podemos controlá-lo: A essência do ser é poder; e poder é controle!

Hoje estava só, por exemplo...aí desci pra ficar com um bando de moleques de quinze, dezesseis anos lá na rua. Aquilo me dá um certo prazer, confesso. A solidão me destrói. Eles talvez nunca pensarão no que penso, mas me conforta saber que ainda sou lúcido pra entender tudo errado. Estou solitário. E quando observo estes meninos da rua, me sinto ainda mais carente: não quero passar a vida subjetivando minha idade e meus prazeres; queria ser fiel, inclusive a mim mesmo...parece estranho meu desejo final ser alcançar tudo aquilo que sou, enquanto muitos querem simplesmente se livrar do peso de si mesmo...O que me conforta é crer que, talvez alcançando tudo aquilo que sou eu possa finalmente, me livrar do peso de mim mesmo...